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COP30: Quando o mundo olha para o Brasil e para os caminhos que transformam a agenda climática global

  • Foto do escritor: Sarah Mota
    Sarah Mota
  • 26 de nov.
  • 5 min de leitura

Uma conferência histórica que conecta floresta, oceano e humanidade, reforçando a importância dos ecossistemas que sustentam a vida e guiando as decisões mais urgentes sobre clima e biodiversidade.


Em novembro de 2025, Belém se transformou no centro das atenções do planeta ao receber a COP30, a Conferência das Partes da ONU sobre mudanças climáticas. E não foi apenas um encontro internacional. Foi um momento marcante para repensar nosso futuro coletivo e reafirmar algo essencial: não existe solução climática sem proteger a Amazônia, o oceano e quem vive esses territórios todos os dias.


Imagem: Reprodução / Olhar Digital
Imagem: Reprodução / Olhar Digital

O que é a COP30 e por que ela importa?


A COP é a Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas, um encontro anual que reúne países para negociar soluções globais diante do aquecimento do planeta. É nesse espaço que surgem acordos como o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris, pactos que orientam metas de redução de emissões, financiamento climático e estratégias de adaptação. Em outras palavras, é o maior fórum internacional dedicado exclusivamente ao futuro climático do planeta.


A COP30, realizada em Belém, marcou um momento especialmente relevante para o Brasil e para o mundo. Pela primeira vez, uma COP ocorreu na Amazônia, colocando no centro das negociações os povos da floresta, a biodiversidade e a proteção dos grandes biomas tropicais. A escolha da sede também pressionou governos e empresas a apresentarem compromissos mais ambiciosos diante da urgência climática.


Nos dias de conferência, as discussões avançaram em temas como transição energética justa, desmatamento zero, financiamento internacional e adaptação das comunidades vulneráveis. Mesmo recém-encerrada, a COP30 já deixou um legado importante: reforçou o papel estratégico da Amazônia no equilíbrio climático global, ampliou o protagonismo brasileiro nas negociações ambientais e trouxe novas expectativas sobre como países e organizações, podem contribuir para uma agenda climática mais justa e sustentável


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Por que a COP30 é tão importante para a Amazônia e o oceano


A COP30 mostrou de forma clara que Amazônia e oceano não são mundos separados. A floresta regula umidade, influencia chuvas e mantém ciclos que alcançam o Atlântico. O oceano absorve calor e carbono, ajudando a estabilizar o clima. Quando um desequilibra, o outro responde.


Esse encontro em Belém revelou essa interdependência com força. As discussões sobre pesca sustentável, proteção costeira, mudanças no regime de chuvas e conservação de biomas reforçaram que não existe clima estável sem cuidar, ao mesmo tempo, da floresta e do mar.


A presença de lideranças indígenas, cientistas, organizações costeiras e comunidades tradicionais trouxe uma visão integrada da natureza. Uma visão que nasce do território e ecoa globalmente: proteger os ecossistemas que sustentam a vida é proteger o nosso próprio futuro.


Imagem: Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) — retirada de The Ocean Pavilion Returns to International Climate Conference, WHOI.
Imagem: Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) — retirada de The Ocean Pavilion Returns to International Climate Conference, WHOI.

O Ocean Pavilion: o mar no centro


Durante a COP30, o Ocean Pavilion ganhou destaque como um dos espaços mais simbólicos da conferência. Ali, o oceano, tantas vezes deixado de lado nos grandes acordos, recebeu a visibilidade que merece.


Foram debatidos temas como:

  • Aquecimento das águas

  • Perda de biodiversidade marinha

  • Poluição costeira

  • Expansão de áreas protegidas

  • Papel do oceano como regulador do clima


A mensagem foi direta: sem oceano saudável, não existe equilíbrio climático.

O pavilhão também deu espaço às comunidades costeiras e seus conhecimentos. Ficou evidente que soluções reais precisam incluir quem vive, trabalha e depende do mar. Ao unir ciência, cultura, economia azul e práticas tradicionais, o Ocean Pavilion reforçou a importância de manter o oceano como prioridade da agenda climática global.


Imagem: Marinha do Brasil / Amazônia Azul
Imagem: Marinha do Brasil / Amazônia Azul

O que o Brasil (e a Amazônia Azul) leva para a mesa


Na COP30, o Brasil se apresentou como uma potência socioambiental capaz de integrar floresta e oceano em uma mesma visão. E isso ficou claro quando o país levou ao debate a Amazônia Azul, nossa imensa área marítima repleta de biodiversidade e oportunidades sustentáveis.


Entre as propostas brasileiras se destacaram:

  • Metas de conservação marinha

  • Ampliação de áreas protegidas

  • Incentivo à economia azul sustentável

  • Projetos de energia renovável offshore

  • Iniciativas para comunidades costeiras

  • Fortalecimento de pesquisas sobre o oceano como regulador climático


O Brasil também mostrou capacidade de articular ciência, povos tradicionais, organizações do mar e governos. Ao unir esses saberes, reforçou que liderar a agenda climática exige olhar tanto para a floresta quanto para o oceano.


Desafios e tensões


Mesmo com avanços importantes e discursos alinhados à urgência climática, a COP30 também evidenciou tensões que seguem desafiando o equilíbrio entre ambição e realidade. Um dos principais impasses envolveu a revisão dos compromissos do Acordo de Paris: muitos países chegaram ao encontro ainda distantes de cumprir suas metas, enquanto outros pressionaram por cortes mais rápidos e profundos nas emissões. O contraste entre a urgência científica e o ritmo político ficou evidente.


Outra tensão recorrente foi o debate sobre financiamento climático. Nações em desenvolvimento, especialmente aquelas mais vulneráveis aos impactos ambientais, cobraram dos países ricos recursos concretos para adaptação, mitigação e transição energética justa. Embora avanços tenham sido anunciados, a sensação predominante foi a de que o montante necessário ainda está longe de ser alcançado.


No Brasil, a conciliação entre proteção ambiental e pressões econômicas também apareceu nas discussões. Enquanto o país apresentou compromissos ambiciosos para a Amazônia e para a Amazônia Azul, temas como exploração de petróleo em áreas sensíveis, expansão de infraestrutura e conflitos fundiários expuseram as complexidades internas da agenda climática brasileira.


Essas tensões não diminuem a importância da COP30, pelo contrário. Elas reforçam que enfrentar a crise climática significa lidar com disputas políticas, desigualdades históricas e interesses econômicos profundamente enraizados. E mostram que, para avançar, será preciso transformar não apenas políticas públicas, mas também as relações entre países e com os próprios ecossistemas que sustentam a vida.


O compromisso da Nas Marés continua


A COP30 trouxe debates essenciais, acordos importantes e uma nova onda de atenção global para o papel do oceano no equilíbrio climático. Mas, quando os holofotes se apagam e as negociações terminam, o trabalho diário continua, é aí que entramos. Nosso compromisso é permanente, independentemente do ritmo das decisões políticas.


Seguimos atuando na educação oceânica, aproximando crianças, jovens e comunidades da ciência e do mar, fortalecendo a compreensão de que o oceano não é um cenário distante, mas parte ativa da nossa vida e da nossa segurança climática. Cada oficina, vivência, aula ao ar livre ou experiência de navegação é uma oportunidade de formar novas percepções sobre o planeta e inspirar futuros defensores do oceano.


Também continuamos investindo em divulgação científica acessível, campanhas de conscientização, ações em escolas e projetos que ampliam o repertório ambiental das pessoas. Acreditamos na força da sensibilização, na potência da curiosidade e na educação como ferramenta de transformação profunda.


Enquanto debates internacionais definem metas e responsabilidades globais, nós seguimos fazendo o que sabemos fazer melhor: cuidar do presente para que o mar continue existindo no futuro, para todos nós.


O que fica depois da conferência e para onde as marés nos levam agora


A COP30 deixou um legado que ultrapassa os anúncios oficiais: trouxe o oceano, a floresta e as pessoas para o centro das decisões que moldam nossa sobrevivência coletiva. Mesmo em meio a desafios e tensões, o encontro reforçou que enfrentar a crise climática exige ação contínua, coragem política e participação ativa da sociedade. Enquanto o cenário global segue em negociação, nós permanecemos no cotidiano onde as mudanças realmente ganham forma na educação, na sensibilização e na construção de uma relação mais consciente com o mar. Que os aprendizados de Belém sigam ecoando e que, guiados pelas marés, continuemos navegando rumo a um planeta mais equilibrado, justo e vivo.


 
 
 

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